...você desiste de dormir a tarde no seu dia de folga porque sua mãe te acorda com tiros.
De Tomb Raider.
Vindos da TV com o volume SUPER alto.
sábado, 27 de dezembro de 2008
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Memórias...neutras ou...
Um opressor só vai te oprimir se você permitir.
Vai parecer uma história bobinha. Tão boba que nem sei se chegarei ao final desse post.
E daí tinha aquela menina, do tempo em que eu cursava o segundo ano do Ensino Médio.Ela havia chegado alguns meses depois do início do ano letivo.Vinha "das colônias".
Uma das coisas que mais chamava a atenção nela, além de sua sempre presente CARRANCA era seu tamanho, uma vez que enquanto a média de altura das meninas da sala parava pelo 1,75 no máximo, essa menina, que chamarei aqui de M., devia ter bem seus 1,85, fora o porte avantajado.
Uma atitude que condeno é bulying, e pode-se dizer que de alguma forma M., no começo de sua socialização na escola, sofreu um pouco disso principalmente por parte dos meninos. Talvez por seu tamanho avantajado, talvez pela sua cara sempre fechada, talvez pelos seus trejeitos interioranos. A questão é que aos 16 e 17 anos, supostamente adolescentes deviam ter maturidade, mas não têm.
Agora, uma coisa é aquela pessoa tímida, acuada, com dificuldades de socialização ser vítima de bulying.Chega a ser uma covardia. Outra coisa é uma pessoa pedir por isso através do seu comportamento. A questão não se tratava mais dos trejeitos desengonçados de M., mas a falta de senso de rídiculo que aquele bebê gigante de 17 tinha. Uma necessidade desesperada de ser "pop". Se sobressair na sala. Ser o gás da Coca. Impor a presença. E desafiar professores. O pobre do Mr. Goose ( espero que ninguém entenda esse trocadilho feito pra preservar a identidade do homem) que o diga após quase ter sentido as mãos esmagadoras de M., em seu fino pescoço, ato decorrente de uma prova zerada.
O fato é M. percebeu logo que a maioria do povo ali tinha medo dela. Porque ela era grande, mau encarada e não tinha medo de advertências ou suspensões. Os meninos e meninas a provocavam eventualmente, mas só se estivessem bem longe e pudessem correr.Ela nunca havia batido em ninguém até o momento, mas ninguém parecia querer conferir se ela faria isso mesmo.
Eu, pessoalmente, nunca tive medo dela, mesmo ela tendo o dobro do meu tamanho. Nossa convicência sempre foi neutra, mal nos falávamos.O mesmo não se podia dizer da convivência dela e da loirinha, minha melhor amiga. B., é pessoa com uma tendência a mexer com os outros, diferente de quando era criança.Há três anos, assim como hoje, ela não pode ver uma pessoa nova sem parar pra entender essa pessoa e poder se divertir um pouco descobrindo algum ponto pra zoar. Com M. não foi diferente e logo o humor nada favorável dessa menina fez com que minha amiga B. resolvesse puxar conversa com ela e desmontar um pouco daquele mito.
Para M., conversa não era bem vinda. Isso bastou pra que isso instalasse um clima de rixas diárias entre ambas, o que B. levava na mais completa zoação e M., na mais completa seriedade. Não foram uma nem duas vezes em que ambas passaram pela escola toda numa perseguição maluca como duas crianças do ensino primário.
Isso se prolongou por mais de um ano e meio, no qual B. achou uma parceira para sua batalha épica contra M., uma outra amiga minha, a A.
E um dia B., que tinha como costume fazer caricaturas de pessoas da sala, teve a bela idéia de fazer uma caricatura de nossa colega mal encarada, o que não foi nada bem recebido pela mesma.
Sucedeu que desde as 8 da manhã até 11:30 elas ainda estavam se encrencando, M. afirmando categoricamente que dessa vez arrebentaria B. na saída.
Na hora da saída foi um caso crítico. Comos seguíamos por umas duas quadras juntas na hora de ir embora, eu sempre acompanhava B. Naquele dia ela foi se esgueirando pelos caminhos menos movimentados da escola, até sair na rua. E dar de cara com M. no portão. Ambas arregalaram os olhos, B. queria correr mas não podia, devido a aglomeração de pessoas. Então optou por andar "calmamente", embora qualquer um pudesse dizer que ela estava muito tensa.
Logo M. apareceu com sua conhecida carranca e punhos cerrados.
- Fugindo?
- Indo embora.
E eu ali do lado, com a maior cara de -.-''
Aquilo vinha se tornando entendiante, e estava ficando realmente dificil de aguentar tamanha frescura.
Resmunguei algo como "Que coisa ridícula", o que foi o suficiente pra voltar a fúria de M. para mim.
- E você quer apanhar também?
Ela perguntou levantando o punho em sinal de ameaça.
Meus outros colegas teriam prontamente dito que não, se esquivado, ou fugido.Por que eles tinham medo dela.Eles deixaram ela se tornar o que ela havia se tornado. O medo deles eram muito maior que a coragem dela.
-Por que você não deixa de ser um bebezão ridículo e cresce?Você alimenta a ilusão que todos têm medo de você, faz tudo pra chamar a atenção, acha que manda nessa porcaria de escola. Amadureça menina. - Eu disse e olhei pra ela por alguns segundos.
Havia algumas pessoas da minha sala em volta que deram alguns gritos não inteligíveis e assobios ridicularizando-a.
Ela me encarou, claramente não sabendo o que dizer. Eu sabia que M. nunca bateira em ninguém. Boa parte daquele pessoal também sabia, mas haviam esquecido desse detalhe porque a racionalidade havia sumido claramente.
Eu segui meu caminho acompanhada de B. sem parar pra saber de M. diria algo ou ficaria parada perto daquele muro por mais tempo.
Não sei o que se sucedeu depois, porque fui embora.
Mas no dia seguinte M. não parecia mais tão mal encarada.O tempo passou.O ano acabou.Nunca mais a vi.
Vai parecer uma história bobinha. Tão boba que nem sei se chegarei ao final desse post.
E daí tinha aquela menina, do tempo em que eu cursava o segundo ano do Ensino Médio.Ela havia chegado alguns meses depois do início do ano letivo.Vinha "das colônias".
Uma das coisas que mais chamava a atenção nela, além de sua sempre presente CARRANCA era seu tamanho, uma vez que enquanto a média de altura das meninas da sala parava pelo 1,75 no máximo, essa menina, que chamarei aqui de M., devia ter bem seus 1,85, fora o porte avantajado.
Uma atitude que condeno é bulying, e pode-se dizer que de alguma forma M., no começo de sua socialização na escola, sofreu um pouco disso principalmente por parte dos meninos. Talvez por seu tamanho avantajado, talvez pela sua cara sempre fechada, talvez pelos seus trejeitos interioranos. A questão é que aos 16 e 17 anos, supostamente adolescentes deviam ter maturidade, mas não têm.
Agora, uma coisa é aquela pessoa tímida, acuada, com dificuldades de socialização ser vítima de bulying.Chega a ser uma covardia. Outra coisa é uma pessoa pedir por isso através do seu comportamento. A questão não se tratava mais dos trejeitos desengonçados de M., mas a falta de senso de rídiculo que aquele bebê gigante de 17 tinha. Uma necessidade desesperada de ser "pop". Se sobressair na sala. Ser o gás da Coca. Impor a presença. E desafiar professores. O pobre do Mr. Goose ( espero que ninguém entenda esse trocadilho feito pra preservar a identidade do homem) que o diga após quase ter sentido as mãos esmagadoras de M., em seu fino pescoço, ato decorrente de uma prova zerada.
O fato é M. percebeu logo que a maioria do povo ali tinha medo dela. Porque ela era grande, mau encarada e não tinha medo de advertências ou suspensões. Os meninos e meninas a provocavam eventualmente, mas só se estivessem bem longe e pudessem correr.Ela nunca havia batido em ninguém até o momento, mas ninguém parecia querer conferir se ela faria isso mesmo.
Eu, pessoalmente, nunca tive medo dela, mesmo ela tendo o dobro do meu tamanho. Nossa convicência sempre foi neutra, mal nos falávamos.O mesmo não se podia dizer da convivência dela e da loirinha, minha melhor amiga. B., é pessoa com uma tendência a mexer com os outros, diferente de quando era criança.Há três anos, assim como hoje, ela não pode ver uma pessoa nova sem parar pra entender essa pessoa e poder se divertir um pouco descobrindo algum ponto pra zoar. Com M. não foi diferente e logo o humor nada favorável dessa menina fez com que minha amiga B. resolvesse puxar conversa com ela e desmontar um pouco daquele mito.
Para M., conversa não era bem vinda. Isso bastou pra que isso instalasse um clima de rixas diárias entre ambas, o que B. levava na mais completa zoação e M., na mais completa seriedade. Não foram uma nem duas vezes em que ambas passaram pela escola toda numa perseguição maluca como duas crianças do ensino primário.
Isso se prolongou por mais de um ano e meio, no qual B. achou uma parceira para sua batalha épica contra M., uma outra amiga minha, a A.
E um dia B., que tinha como costume fazer caricaturas de pessoas da sala, teve a bela idéia de fazer uma caricatura de nossa colega mal encarada, o que não foi nada bem recebido pela mesma.
Sucedeu que desde as 8 da manhã até 11:30 elas ainda estavam se encrencando, M. afirmando categoricamente que dessa vez arrebentaria B. na saída.
Na hora da saída foi um caso crítico. Comos seguíamos por umas duas quadras juntas na hora de ir embora, eu sempre acompanhava B. Naquele dia ela foi se esgueirando pelos caminhos menos movimentados da escola, até sair na rua. E dar de cara com M. no portão. Ambas arregalaram os olhos, B. queria correr mas não podia, devido a aglomeração de pessoas. Então optou por andar "calmamente", embora qualquer um pudesse dizer que ela estava muito tensa.
Logo M. apareceu com sua conhecida carranca e punhos cerrados.
- Fugindo?
- Indo embora.
E eu ali do lado, com a maior cara de -.-''
Aquilo vinha se tornando entendiante, e estava ficando realmente dificil de aguentar tamanha frescura.
Resmunguei algo como "Que coisa ridícula", o que foi o suficiente pra voltar a fúria de M. para mim.
- E você quer apanhar também?
Ela perguntou levantando o punho em sinal de ameaça.
Meus outros colegas teriam prontamente dito que não, se esquivado, ou fugido.Por que eles tinham medo dela.Eles deixaram ela se tornar o que ela havia se tornado. O medo deles eram muito maior que a coragem dela.
-Por que você não deixa de ser um bebezão ridículo e cresce?Você alimenta a ilusão que todos têm medo de você, faz tudo pra chamar a atenção, acha que manda nessa porcaria de escola. Amadureça menina. - Eu disse e olhei pra ela por alguns segundos.
Havia algumas pessoas da minha sala em volta que deram alguns gritos não inteligíveis e assobios ridicularizando-a.
Ela me encarou, claramente não sabendo o que dizer. Eu sabia que M. nunca bateira em ninguém. Boa parte daquele pessoal também sabia, mas haviam esquecido desse detalhe porque a racionalidade havia sumido claramente.
Eu segui meu caminho acompanhada de B. sem parar pra saber de M. diria algo ou ficaria parada perto daquele muro por mais tempo.
Não sei o que se sucedeu depois, porque fui embora.
Mas no dia seguinte M. não parecia mais tão mal encarada.O tempo passou.O ano acabou.Nunca mais a vi.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Memórias...não felizes
E daí tinha aquela menina, quando eu estava no segundo ano do Ensino Médio.A chamarei aqui de J.Não éramos o que pudesse chamar de amigas.Conversávamos nas matanças de aula de educação física.Tirávamos sarro juntas de uma certa figura da sala. Éramos apenas colegas de classe.
Na verdade ela era bastante amiga de uma amiga minha.Do tipo que vai na casa uma da outra todo dia.E provavelmente foi dali que lembro de tê-la conhecido.
Vivia machucada.A mãe era doente, mas era a única que mantinha alguma ordem familiar.Um dos irmãos era um trabalhador honesto, outro estava a caminho da decadência e o terceiro já havia caído no envolvimento com traficantes.Mas ela sempre estivera de cara limpa. A J. que eu conhecia, apesar da doença da mãe, apesar de passar a maior parte do ano com uma perna engessada, normalmente tinha um sorriso.Um sorriso estranho, meio triste, mas um sorriso, porque ali, no colégio, ela era apenas uma menina normal que tinha seu grupo de amigas.
No ano seguinte ainda estudávamos juntas. Mais ou menos no meio daquele ano, a mãe de J. havia falecido. Lembro-me de ficar espantada com a frieza com que J. falava do assunto, raramente demonstrando alguma emoção. A vida sem dúvida estava deixando algumas marcas profundas nela.
Pouco tempo depois ela começara a namorar com um amigo de um dos irmãos. Provavelmente do irmão mais problemático, porque até onde fiquei sabendo, o rapaz não era dos melhores, mas ainda assim parecia ser a única fonte da rara felicidade de J.
No final do ano ficamos sabendo que ela teve de começar a trabalhar para poder pagar as dívidas que o irmão tinha com traficantes, ou melhor, que OS irmãos tinham, porque aquele que estava a caminho da decadência, já havia chegado nela.
O ano acabou.Eu fui para faculdade, e perdi contato com a maior parte das pessoas com quem estudei no ensino médio - salvo pelas minhas amigas verdadeiras - .Eu nunca mais soube o que havia acontecido com J. mas esperava que as coisas se ajeitassem e ela pudesse achar algum rapaz que a fizesse feliz.
Semana passada, eu já de férias, fiquei uma tarde toda em casa.A mulher que trabalha aqui como diarista tem um caráter muito digno, exceto pelo fato de ser um jornal falado. Por ela é possível saber de todos os babados da cidade, mesmo não se colocando o pé na rua. Mas além dos babados, há também as notícias tristes. Nesse diz ela veio contando que a filha da velha D. estava "enjaulada" por porte de drogas e prostituição. Levou alguns minutos, para que eu, chocada, ligasse os fatos e percebesse que a filha da velha D. era na verdade minha ex-colega J.
Presa. Por porte de drogas.E Prostituição.
Oh Deus, para onde foram os sonhos que os adolescentes da minha geração alimentaram um dia?
É triste ver o quão perigoso pode se tornar o livre-arbítrio e o quão cruel pode ser o Destino.
Na verdade ela era bastante amiga de uma amiga minha.Do tipo que vai na casa uma da outra todo dia.E provavelmente foi dali que lembro de tê-la conhecido.
Vivia machucada.A mãe era doente, mas era a única que mantinha alguma ordem familiar.Um dos irmãos era um trabalhador honesto, outro estava a caminho da decadência e o terceiro já havia caído no envolvimento com traficantes.Mas ela sempre estivera de cara limpa. A J. que eu conhecia, apesar da doença da mãe, apesar de passar a maior parte do ano com uma perna engessada, normalmente tinha um sorriso.Um sorriso estranho, meio triste, mas um sorriso, porque ali, no colégio, ela era apenas uma menina normal que tinha seu grupo de amigas.
No ano seguinte ainda estudávamos juntas. Mais ou menos no meio daquele ano, a mãe de J. havia falecido. Lembro-me de ficar espantada com a frieza com que J. falava do assunto, raramente demonstrando alguma emoção. A vida sem dúvida estava deixando algumas marcas profundas nela.
Pouco tempo depois ela começara a namorar com um amigo de um dos irmãos. Provavelmente do irmão mais problemático, porque até onde fiquei sabendo, o rapaz não era dos melhores, mas ainda assim parecia ser a única fonte da rara felicidade de J.
No final do ano ficamos sabendo que ela teve de começar a trabalhar para poder pagar as dívidas que o irmão tinha com traficantes, ou melhor, que OS irmãos tinham, porque aquele que estava a caminho da decadência, já havia chegado nela.
O ano acabou.Eu fui para faculdade, e perdi contato com a maior parte das pessoas com quem estudei no ensino médio - salvo pelas minhas amigas verdadeiras - .Eu nunca mais soube o que havia acontecido com J. mas esperava que as coisas se ajeitassem e ela pudesse achar algum rapaz que a fizesse feliz.
Semana passada, eu já de férias, fiquei uma tarde toda em casa.A mulher que trabalha aqui como diarista tem um caráter muito digno, exceto pelo fato de ser um jornal falado. Por ela é possível saber de todos os babados da cidade, mesmo não se colocando o pé na rua. Mas além dos babados, há também as notícias tristes. Nesse diz ela veio contando que a filha da velha D. estava "enjaulada" por porte de drogas e prostituição. Levou alguns minutos, para que eu, chocada, ligasse os fatos e percebesse que a filha da velha D. era na verdade minha ex-colega J.
Presa. Por porte de drogas.E Prostituição.
Oh Deus, para onde foram os sonhos que os adolescentes da minha geração alimentaram um dia?
É triste ver o quão perigoso pode se tornar o livre-arbítrio e o quão cruel pode ser o Destino.
domingo, 21 de dezembro de 2008
As figuras mitológicas de um povo...
Morar numa cidade pequena é interessante.Tirando o fato de todo mundo saber - e se importar - com a vida de todo mundo, o meio social no qual se está inserido tem algumas particularidades quase mitológicas.Algumas, atravessam décadas se fazendo presentes nas vidas de muitas gerações.
Desde os meus primeiros anos de vida, ouço falar e vejo uma figura bastante conhecida pelo povo da minha cidade.Um senhor de apelido Edite, tendo como verdadeiro nome, Edil Johnson.
Quando eu era criança, minha mãe me assustava dizendo que ele trabalhava para o velho do saco e pegava crianças que saiam na rua. Os anos passaram e a mentira contada havia perdido o efeito. Entendi que Edite era apenas um homem que há muito havia saído do mundo real. Munido de uma boina ou eventualmente um boné do avesso, uma mochila que ás vezes contém uma frigideira pendurada, atravessa a cidade interminávelmente em busca de...O que é que ele busca mesmo? Difícil alguém definir. Talvez busque os seus sonhos perdidos, enquanto pára de loja em loja e conversa com as pessoas na esperança de ganhar "algum".
Embora peça dinheiro sempre que pode, Edite não é um mendigo. Recebe sua aposentadoria, alguns dizem que permitem que ele durma na cadeia, e embora suas roupas sejam normalmente velhas, ele nunca está vestindo farrapos. Talvez parar as pessoas nas ruas seja apenas um hobby, uma maneira de ele ganhar alguma atenção. Se não ganha dinheiro, continua de bom humor. Eu, como cidadã - ainda - não motorizada, diversas vezes já passei por tal situação.
-Opa, tem algum troco aí pra ajudar com a comida?
-Ih, hoje a coisa tá feia.
-Tá feia por toda parte 'mermo'.Manda um abraço pra família.
Ás vezes ele nem dinheiro pede. Contenta-se apenas em mandar um abraço pra família, mesmo não fazendo idéia de quem a família seja.
Hoje ele deve estar com quase 80 anos, e ainda atravessa a cidade andando. As versões de como ele acabou desse jeito são diversas. A única verdade garantida até hoje é de que ele foi um homem rico, muito bem apessoado que trabalhava para o Industrial Kurt Gustavo Schlumberger. Meu avô tinha uma foto dele quando jovem, em companhia de duas moças. Sujeito charmoso que fazia sucesso com as mulheres. Hoje...personificação da decadência.
Como decaiu ninguém parece realmente saber. Uns dizem que esteve na guerra e os traumas sofridos lá lhe tiraram a lucidez. Outros, que se embebedou numa festa, e sendo isso um absurdo pzra época, os policiais lhe bateram tanto na cabeça que levaram embora seu juízo. E ainda há a terceira versão de que teria se apaixonado pela sobrinha de Kurt, e não tendo o amor correspondido, abandonou o mundo real partindo para a esfera do sonho e da imaginação, autodenomidando-se "Capitão Vermelho". Apesar de desprovido de sua lucidez, nunca desrespeitou ninguém. O caminho dele é a conversa, povoada de conspirações políticas, eras de mudanças e discos voadores.
Um Dom Quixote prudentopolitano que tem passado décadas perambulando pelas ruas e observando pessoas. Observando. Observando. Observando.
E hoje, quando ouço alguém cheio de piedade por sua suposta loucura, exclamar "Pobre Edite", fico imaginando se ele não está na verdade mais lúcido e em melhor juízo do que todo o resto da cidade.
Desde os meus primeiros anos de vida, ouço falar e vejo uma figura bastante conhecida pelo povo da minha cidade.Um senhor de apelido Edite, tendo como verdadeiro nome, Edil Johnson.
Quando eu era criança, minha mãe me assustava dizendo que ele trabalhava para o velho do saco e pegava crianças que saiam na rua. Os anos passaram e a mentira contada havia perdido o efeito. Entendi que Edite era apenas um homem que há muito havia saído do mundo real. Munido de uma boina ou eventualmente um boné do avesso, uma mochila que ás vezes contém uma frigideira pendurada, atravessa a cidade interminávelmente em busca de...O que é que ele busca mesmo? Difícil alguém definir. Talvez busque os seus sonhos perdidos, enquanto pára de loja em loja e conversa com as pessoas na esperança de ganhar "algum".
Embora peça dinheiro sempre que pode, Edite não é um mendigo. Recebe sua aposentadoria, alguns dizem que permitem que ele durma na cadeia, e embora suas roupas sejam normalmente velhas, ele nunca está vestindo farrapos. Talvez parar as pessoas nas ruas seja apenas um hobby, uma maneira de ele ganhar alguma atenção. Se não ganha dinheiro, continua de bom humor. Eu, como cidadã - ainda - não motorizada, diversas vezes já passei por tal situação.
-Opa, tem algum troco aí pra ajudar com a comida?
-Ih, hoje a coisa tá feia.
-Tá feia por toda parte 'mermo'.Manda um abraço pra família.
Ás vezes ele nem dinheiro pede. Contenta-se apenas em mandar um abraço pra família, mesmo não fazendo idéia de quem a família seja.
Hoje ele deve estar com quase 80 anos, e ainda atravessa a cidade andando. As versões de como ele acabou desse jeito são diversas. A única verdade garantida até hoje é de que ele foi um homem rico, muito bem apessoado que trabalhava para o Industrial Kurt Gustavo Schlumberger. Meu avô tinha uma foto dele quando jovem, em companhia de duas moças. Sujeito charmoso que fazia sucesso com as mulheres. Hoje...personificação da decadência.
Como decaiu ninguém parece realmente saber. Uns dizem que esteve na guerra e os traumas sofridos lá lhe tiraram a lucidez. Outros, que se embebedou numa festa, e sendo isso um absurdo pzra época, os policiais lhe bateram tanto na cabeça que levaram embora seu juízo. E ainda há a terceira versão de que teria se apaixonado pela sobrinha de Kurt, e não tendo o amor correspondido, abandonou o mundo real partindo para a esfera do sonho e da imaginação, autodenomidando-se "Capitão Vermelho". Apesar de desprovido de sua lucidez, nunca desrespeitou ninguém. O caminho dele é a conversa, povoada de conspirações políticas, eras de mudanças e discos voadores.
Um Dom Quixote prudentopolitano que tem passado décadas perambulando pelas ruas e observando pessoas. Observando. Observando. Observando.
E hoje, quando ouço alguém cheio de piedade por sua suposta loucura, exclamar "Pobre Edite", fico imaginando se ele não está na verdade mais lúcido e em melhor juízo do que todo o resto da cidade.
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Você percebe que os tempos mudaram...
quando desiste de dormir até as 10 porque sua MÃE tá ouvindo HEAVY METAL na sala.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
I am the bridge
Solidão
Solitude
Loneliness
It doesn't matter the language.That's what I feel.Like an Island.A damn island floating in nowhere.
Please Lord, send me a panacea.Send me the blackness.Send me the forgetfulness.I can't stand, I can't stand, I can't stand.
All my body aches e in a couple of hours from now I'll be there again, running blind, like a clown.
I don't want to be a clown anymore.
I want a life.Just a real life.Is that much to ask for?
But they have proved once again, the dreams are more beautiful, colourful e happier than this hideous reality.
I wish my life was a dream, so I could lead it in a way which would please me.
I wouldn't be a terrified kid in the middle of this _fucking real_ nightmare.
But my dreamscapes are always messed.I am always searching for someone I will never see the face.I'm always RUNNING BLIND, like an idiot peasant.
And the bridge.I can never cross the bridge, it's always broken.Like me.
Solitude
Loneliness
It doesn't matter the language.That's what I feel.Like an Island.A damn island floating in nowhere.
Please Lord, send me a panacea.Send me the blackness.Send me the forgetfulness.I can't stand, I can't stand, I can't stand.
All my body aches e in a couple of hours from now I'll be there again, running blind, like a clown.
I don't want to be a clown anymore.
I want a life.Just a real life.Is that much to ask for?
But they have proved once again, the dreams are more beautiful, colourful e happier than this hideous reality.
I wish my life was a dream, so I could lead it in a way which would please me.
I wouldn't be a terrified kid in the middle of this _fucking real_ nightmare.
But my dreamscapes are always messed.I am always searching for someone I will never see the face.I'm always RUNNING BLIND, like an idiot peasant.
And the bridge.I can never cross the bridge, it's always broken.Like me.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Wordsworth
Por que estás em silêncio? É teu amor a planta
De tanta fraca fibra em que o pérfido ar
De ausência o que era assim formoso irá secar?
Nem dívida a pagar, dádiva que garanta?
Porém meu pensamento em ti é vigilante,
Atado a teu serviço em incessante zelo
De tanta fraca fibra em que o pérfido ar
De ausência o que era assim formoso irá secar?
Nem dívida a pagar, dádiva que garanta?
Porém meu pensamento em ti é vigilante,
Atado a teu serviço em incessante zelo
domingo, 9 de novembro de 2008
Lost in here...
Quando foi que o mundo perdeu todas as cores...?
Quando foi que ficou tão difícil respirar...?
Quando foi que perdi as rédeas da minha vida...?
Quando foi que as engrenagens pararam de girar...?
Quando foi que deixei escapar os sonhos que estavam aqui...?
Quero voltar pra casa.Mas... "o lar nem sempre é um lugar..."
So happy and so young
And I stare
As I sing in the lost voice of a stranger in love
Out of time letting go
And I'm not sure where I am...
So happy and so young...
And I stare... But...
I can't find myself
I can't find myself
I can't find myself
I can't find myself
Quando foi que ficou tão difícil respirar...?
Quando foi que perdi as rédeas da minha vida...?
Quando foi que as engrenagens pararam de girar...?
Quando foi que deixei escapar os sonhos que estavam aqui...?
Quero voltar pra casa.Mas... "o lar nem sempre é um lugar..."
So happy and so young
And I stare
As I sing in the lost voice of a stranger in love
Out of time letting go
And I'm not sure where I am...
So happy and so young...
And I stare... But...
I can't find myself
I can't find myself
I can't find myself
I can't find myself
domingo, 2 de novembro de 2008
Devaneis Oníricos - O retorno.
E de repente ela estava naquele recinto iluminado apenas por archotes posicionados em pilares estratégicos.
Imensas prateleiras rodeavam a sala e todas elas estavam lotadas de livros antigos e empoeirados.No meio, havia uma longa mesa onde várias pessoas das quais ela não via os rostos - todas vestiam capuzes escuros - estavam abancadas, de cabeça baixa murmurando para si mesmas palavras estranhas que ela não identificava.
Ela estava sentada mais ou menos no meio da extensão da mesa e sentia-se receiosa ao perceber tantas pessoas perto de si, que sequer lhe notavam enlevadas em seus murmúrios macabros.
Olhou de repente para sua frente e viu repousando na mesa, um livro de tamanho médio.Sua capa era bege, feita de algum material rústico e no centro, em uma cor escura, havia o macabro desenho de um pentagrama.
Algo lhe dizia para agarrar aquele livro e dar o fora dali, embora não fizesse idéia de onde era a saída, pois menos idéia fazia de como tinha ido parar ali.
Repousou as mãos no livro e no mesmo momento todos pararam seus sussurros e levantaram olhando-lhe.Tudo ficou escuro.
Abriu os olhos devagar e acordou numa sala bastante diferente da anterior.Havia dois bancos grandes, num deles ela encontrava-se sentada ainda segurando o livro, o chão era forrado com um tapete de cor clara e uma mesa branca de mármore ficava ao centro.
Na diagonal da sala havia uma porta que dava acesso ao lado de fora, ela podia notar que estava noite.Levantou-se dirigindo-se a saída, mas quando foi colocar o pé pra fora do degrau recuou imediatamente.
Três seres.Um gato, um pássaro e um coelho.Todos mais negros que a noite e com olhos vermelhos como sangue.Pareciam lhe encarar como uma presa e de algum modo, ela sabia que eles estavam atrás do livro, o qual ela havia deixado pra trás, em cima da mesa de mármore.
O gato avançou em sua direção e ela voltou para dentro do recinto onde estava anteriormente.Pegou um objeto qualquer que estava a seu alcance, para que pudesse repelir o avanço do gato, mas o mesmo parecia decidido e mostrava os dentes ferinamente.Os outros dois animais passaram a avançar também, tentando decididamente entrar naquele lugar.
Só restava desistir.Correu até o banco e segurou o livro novamente.Juntando força o arremessou contra o chão acarpetado e uma nuvem de fumaça levantou.Os animais recuaram e ao empurrar com o pé o objeto volumosos e empoeirado viu percebeu a ausencia da marca do pentagrama da capa.Ela havia passado para o tapete.
Caiu de joelhos e segurou novamente o pesado livro.Era dia lá fora.Os animais tinham ido embora.
Imensas prateleiras rodeavam a sala e todas elas estavam lotadas de livros antigos e empoeirados.No meio, havia uma longa mesa onde várias pessoas das quais ela não via os rostos - todas vestiam capuzes escuros - estavam abancadas, de cabeça baixa murmurando para si mesmas palavras estranhas que ela não identificava.
Ela estava sentada mais ou menos no meio da extensão da mesa e sentia-se receiosa ao perceber tantas pessoas perto de si, que sequer lhe notavam enlevadas em seus murmúrios macabros.
Olhou de repente para sua frente e viu repousando na mesa, um livro de tamanho médio.Sua capa era bege, feita de algum material rústico e no centro, em uma cor escura, havia o macabro desenho de um pentagrama.
Algo lhe dizia para agarrar aquele livro e dar o fora dali, embora não fizesse idéia de onde era a saída, pois menos idéia fazia de como tinha ido parar ali.
Repousou as mãos no livro e no mesmo momento todos pararam seus sussurros e levantaram olhando-lhe.Tudo ficou escuro.
Abriu os olhos devagar e acordou numa sala bastante diferente da anterior.Havia dois bancos grandes, num deles ela encontrava-se sentada ainda segurando o livro, o chão era forrado com um tapete de cor clara e uma mesa branca de mármore ficava ao centro.
Na diagonal da sala havia uma porta que dava acesso ao lado de fora, ela podia notar que estava noite.Levantou-se dirigindo-se a saída, mas quando foi colocar o pé pra fora do degrau recuou imediatamente.
Três seres.Um gato, um pássaro e um coelho.Todos mais negros que a noite e com olhos vermelhos como sangue.Pareciam lhe encarar como uma presa e de algum modo, ela sabia que eles estavam atrás do livro, o qual ela havia deixado pra trás, em cima da mesa de mármore.
O gato avançou em sua direção e ela voltou para dentro do recinto onde estava anteriormente.Pegou um objeto qualquer que estava a seu alcance, para que pudesse repelir o avanço do gato, mas o mesmo parecia decidido e mostrava os dentes ferinamente.Os outros dois animais passaram a avançar também, tentando decididamente entrar naquele lugar.
Só restava desistir.Correu até o banco e segurou o livro novamente.Juntando força o arremessou contra o chão acarpetado e uma nuvem de fumaça levantou.Os animais recuaram e ao empurrar com o pé o objeto volumosos e empoeirado viu percebeu a ausencia da marca do pentagrama da capa.Ela havia passado para o tapete.
Caiu de joelhos e segurou novamente o pesado livro.Era dia lá fora.Os animais tinham ido embora.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Monsters
É possível descrever um soco no estômago sem nunca ter levado um?O personagem escritor de Shadows in the Sun afirma que não, mas ele não conhecia os socos psicológicos que acabamos levando.E nesses eu virei especialista.
O que fazer quando apesar do grande circulo de pessoas que te rodeia você se sente completamente sozinha.
None of them can really make any difference.Actually, they're part of the problem.
I feel like lots of chains are around me, but as I should get ride of them, somehow, I WANT them around me.I just wanted somebody who could support me when everything is falling into pieces.When I get home after a damned day and just need a lap, a shoulder to put my head against and breathe.Breathe, knowing the next day won't be so bad because I have somebody by my side.
But I'm a emotional masoquist.
O que fazer quando apesar do grande circulo de pessoas que te rodeia você se sente completamente sozinha.
None of them can really make any difference.Actually, they're part of the problem.
I feel like lots of chains are around me, but as I should get ride of them, somehow, I WANT them around me.I just wanted somebody who could support me when everything is falling into pieces.When I get home after a damned day and just need a lap, a shoulder to put my head against and breathe.Breathe, knowing the next day won't be so bad because I have somebody by my side.
But I'm a emotional masoquist.
sábado, 25 de outubro de 2008
Pra não dizer que não falei da amizade...
Duas pirralhas de 7 anos, na segunda série do primário.Uma delas, era uma menina de cabelos castanhos, que embora conversasse amigavelmente com todas as crianças da sala, não tinha o seu grupinho do recreio.A outra, era a menina loirinha que tinha acabado de voltar de Portugal, a qual todos os outros pirralhinhos julgavam como a menininha esnobe, porque ela estivera na Europa.Ela ficava sozinha num dos bancos no recreio, com um ar de que não precisava de ninguém.Era a lei da sobrevivência, quando uns te ignoram, você faz pior.Mas a primeira menina não estava nem aí.Ela foi até o banco e disse oi.O oi não foi respondido.
"POLAQUINHA SEM VERGONHA, QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA ME IGNORAR?" Ela pensou.Mas não disse nada, claro.Apenas sentou no banco e ficou ali, em silêncio, até o final do recreio.
O sinal bateu e a pirralhada começou a se recolher.
-Por que você ficou aqui comigo? - perguntou a loirinha.
-Porque você tava sozinha.
Daquele dia em diante, pelos três anos seguintes, ela não esteve mais sozinha.Não esteve mais sozinha no recreio, nas resoluções dos problemas de matemáticas, nos desenhos, nas árduas tarefas de passar as fases de Super Mario e Street Fighter e nas histórias em quadrinhos que criavam juntas pra o trabalho da escola.
Mas aí veio a mudança de escola.Os novos amigos.A Adolescência.
Por algum motivo bastante confuso e borrado no passado, mas envolvido em ciúmes besta, ambas voltaram a ficar sozinhas.
"Ela é mais amiga sua do que eu"
"Ótimo, ande com ela e me deixe em paz"
*Silêncio*.
*Olhares frios*
*Orgulho*
E assim foi o final da quinta série e o resto da sexta, onde somos mezzo crianças, mezzo aborrencentes, teimosos feito mulas e complicados pra tártaros.O único ano que estudaram em salas separadas desde que se conheceram.Procurando companhia em grupos dos quais não se sentiam parte, seguindo em frente.O silêncio, os olhares frios e o orgulho ainda estavam intactos.Até que o caminho estivesse limpo.Como uma hora ele ficou.
Era o final da sexta série e por algum motivo, a direção da escola resolveu tirar cada pirralho de sua sala para que todas as salas fossem até a igreja, assistir uma celebração de ação de graças ou coisa parecida.
O portal da escola havia se tornado um caos completo, com estudantes de quatro ou cinco idades diferentes se amarrotando uns nos outros.E a loirinha, de agora 12 anos, que havia bestamente lesionado o tornozelo no aquecimento do volley uma semana antes, mancava.
A outra garota, que tinha o seu grupo de amigos,do qual ainda não se sentia verdadeiramente parte, passava tranquilamente pelo tumulto, esperando sua vez de sair pelo portão congestionado de gente, até que sente uma mão grande e impiedosa lhe agarrar o ante-braço e lhe puxar para o lado.
A diretora da escola.Figura considerada chata, antipática, que lhe havia "contratado" pouco tempo antes para espionar os bagunceiros da sala e lhe fazer relatórios, estes, nunca entregues por ela.
Lhe olhou nos olhos, piscou algumas vezes e olhou pro lado, onde a garota arregalou os olhos ao ver a loirinha vestida numa jaqueta azul água lhe olhando estranhamente.
"Ela não consegue andar rápido.Você acompanha ela e não deixe que se machuque".
Não era um pedido, era uma afirmação de fato.
"WTF?", pensou a garota de cabelos castanhos "Virei babá agora?".Mas ainda assim não disse nada, apenas pensou, e acatou a ordem.
A ida foi silenciosa.A garota com os pés bons, ia alguns passos a frente, inquieta e impaciente.
"Ela disse pra você me esperar", resmungou a outra num apelo.
"Me desculpe", respondeu parando no lugar e esperando.Foram as únicas palavras trocadas na ida.
Cerimônia assistida, hora de voltar pra escola.7 ou 8 quadras de sofrimento pra alguém com o tornozelo lesionado.Mas agora iam devagar, como todos os alunos, tentando matar o tempo que teriam de aula se chegassem logo.
-E aí, o que você feito? - perguntou a loira casualmente.
Alguns minutos de silêncio se passaram.
-Ahn...nada. - O que não deixava de ser verdade.Era uma vida monótona.Tediosa.
-Ah...legal.
-Na verdade não tanto.
Era um comentário irônico.Talvez até rude.Mas Não parecia.Na verdade a ironia sempre estivera presente, de alguma forma um pouco divertida.
-Você tem andado com a E...*
-É.
-Ela é estranha,
-Por que?
-Fala demais.
-As vezes.Mas com certeza estou numa situação melhor que a sua - disse referindo-se ao grupo com quem a outra costumava passar os recreios.
-É, as vezes não é fácil.Mas ao menos a A...* é legal. - comentou referindo-se a uma, entre as 7 garotas que compunham o grupo.
Nesse momento a outra tagarela citada anteriormente veio correndo rua abaixo pulando nas costas na menina de cabelos castanhos e interrompendo a conversa, transformando-a num monólogo sobre as vitrines das lojas pelas quais passavam.
Alguma coisa havia mudado.Nas manhãs frias seguintes, a garota loira de jaqueta azul água que ficava sentada ao lado da porta de sua sala, dava oi a garota de cabelos castanhos e jaqueta cinza que passava por ali rumando a sua própria sala, e obtinha uma resposta agora diferente do dia em que se conheceram.
Os meses passaram e o contato foi sendo retomado aos poucos.No ano seguinte voltaram a estudar na mesma sala e não precisaram mais andar com grupos dos quais não se sentiam parte.Eram amigas novamente.Tinham outras amigas.Não eram exatamente populares como o grupo das principais patricinhas da sala, mas eram amigas que não brigavam por causa de garotos, de roupas ou de festas de aniversários mais "caras do que a sua" e isso era o mais importante.E logo estavam criando projetos juntas novamente, criando pequenos jornais, descobrindo o bom gosto pela música e pelo cinema e pasmem, até mesmo voltaram a jogar Street Fighter juntas.
E a vida continuava.E se apoiaram, se defenderam e estiveram ao lado uma da outra no momento das descobertas da vida, nos momentos dificeis e nos alegres também.Todos os outros brigavam, menos elas, porque um ano sem se falar já tinha sido o bastante né.
E o mundo podia explodir em pedaços e ainda estariam ali se apoiando incondicionalmente.Nas viagens mais insanas,nos momentos mais loucos, nas reviravoltas mais filhas da mãe que a vida dá.As brigas com namorado, os surtos, os sermões que periodicamente davam uma na outra.Entraram no inglês juntas.Passaram no vestibular juntas.Fizeram faculdade juntas (por um tempo).Conseguiram o primeiro emprego juntas e trabalham juntas, agora.
Nunca foram o tipo de amigas que escreviam cartas, assinavam cadernos ou pulavam agitando os braços no corredor da escola berrando a plenos pulmões "miguuuxaaaa".Mas foram o tipo de amigas que de alguma forma sabiam que nunca estariam sozinhas.
"Porra, como que eu vou viver sem você?"
"Não vai, não se livra de mim tão fácil".
E em algum fim de semana depois de uma discussão pós-sessão "cinema em casa", sobre alunos vagabundos e particularidades do salário de educadores, como duas professoras velhas que só sabem falar disso, pararam em silêncio.
"É.A gente estudou juntas a vida toda.Nunca brigamos".
"Menos na sexta série.Quando você ficou um ano sem falar comigo, mas não estávamos brigadas, claro, era apenas um hiatus"
"WTF?Eu fiquei um ano sem falar com você?"
"SIM!"
"É, eu nem lembrava.Mas você que não falou comigo!..."para e pensa "Por que mesmo a gente não se falava?"
"Até hoje não sei direito.Você que deixou de falar comigo.Devia saber"
"Assim... sei lá."
*silêncio*
-Mas e aí, será que a gente se livra das turmas de I-Spy no próximo semestre?
-Tomara, porque aquilo tá...AHHHH, você viu o novo filme do Guillermo DelToro que saiu?!
-NO WAY?!Qual o nome!?Vou baixar!!
-Me empresta depois hein!
Obrigada dona diretora do tempo da sexta série.
*Os nomes foram omitidos por razões éticas,
*Os diálogos são os mais fiéis do real o possível, mas a licença poética está presente, claro.
And when everything is just fading away?What am I suppose to do?
Estou carente de ignorância.Os ignorantes são mais felizes.A vida fútil supre suas necessidades.E a felicidade se encontra num copo de bebida, numa roupa nova, no fato de exibirem seus carros e celulares em público.Por favor, me deixem ser ignorante por um momento.Me deixe provar dessa felicidade vazia.Me dêem uma dose de soma o suficiente pra me apagar e me acordem daqui há alguns anos, rindo como uma retardada ainda sob efeito da droga.Isso não está bom.
Alguém explode minha vida, por favor?
Alguém prepara um lote de bombas, e joga uma em cima do meu trabalho, outra em cima da minha faculdade e duas em cima de mim?
Por favor, duas passagens para Illusia, dona.
Alguém explode minha vida, por favor?
Alguém prepara um lote de bombas, e joga uma em cima do meu trabalho, outra em cima da minha faculdade e duas em cima de mim?
Por favor, duas passagens para Illusia, dona.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Running Blind
Reaching for you
İ know you are out there somewhere
İt's too dark, İ'm so cold
İ know İ had to came here
Every broken dream
That i leave behind
Keeps me going on
Keeps me running blind
Calling your name İ hear only echoes
Searchıng the rain i see only shadows
You've got to show me your face
Voices , İ hear them calling behind me
Phantoms of you are burning inside me
You've got to give me a sign
Fading slowly
You're drifting into darkness
İ can't see , i can't think
i need to keep on searching
Every memory
Every thought of you
İs inside of me
Tells me what to do
Calling your name İ hear only echoes
Searchıng the rain i see only shadows
You've got to show me your face
Voices , İ hear them calling behind me
Phantoms of you are burning inside me
You've got to give me a sign
Can you hear me?
Am i only wasting time?
Are you near me?
Are you only in my mind?
Are you , Are you?
Porque as vezes a música basta.
İ know you are out there somewhere
İt's too dark, İ'm so cold
İ know İ had to came here
Every broken dream
That i leave behind
Keeps me going on
Keeps me running blind
Calling your name İ hear only echoes
Searchıng the rain i see only shadows
You've got to show me your face
Voices , İ hear them calling behind me
Phantoms of you are burning inside me
You've got to give me a sign
Fading slowly
You're drifting into darkness
İ can't see , i can't think
i need to keep on searching
Every memory
Every thought of you
İs inside of me
Tells me what to do
Calling your name İ hear only echoes
Searchıng the rain i see only shadows
You've got to show me your face
Voices , İ hear them calling behind me
Phantoms of you are burning inside me
You've got to give me a sign
Can you hear me?
Am i only wasting time?
Are you near me?
Are you only in my mind?
Are you , Are you?
Porque as vezes a música basta.
domingo, 19 de outubro de 2008
Falling into pieces
A cabeça pesa.Gira.E o chão parece ter sumido.Aliás, ele sumiu já faz algum tempo, mas eu esqueci de cair.Algo dizia que eu tinha que ir em frente e assim eu fiz.Não que restasse alguma emoção que alimentasse essa tarefa diária de ir em frente.Era uma questão puramente existencial.Estar ali porque haviam coisas por si, que exigiam que eu estivesse.
Em dois momentos ou três, parecia melhorar.Mas era uma miragem.Como se tivesse ficado muito tempo exposto ao sol e se vê aquele oásis que supostamente dará fim a esse tormento, a esse sofrimento.Mas no fundo era apenas uma ilusão.Uma ilusão estúpida que só conseguiu piorar tudo.
Por que não apenas ser normal e tentar sacudir a poeira como qualquer outro teria feito?Chutar o balde, ir em frente, o mundo e o passado - ah o passado - que se danem.
Por algum tempo isso funcionou.Aí virou um relógio de giros infinitos.Uma bomba relógio.Um tic tac constante, agonizante.
Quando vai explodir?A perspectiva de que não vai explodir é o pior.Tomado de uma passividade mórbida.
A negação costumava ser um analgésico eficiente.Do qual fui privada.Falling into pieces.
O medo.Medo de em 10 anos desenhar no vapor da janela mais uma vez e perceber o quão miserável me sentirei por ainda não ter saído da poeira.
Medo de escutar os barulhos da cidade enquanto vejo um raio do sol poente entrar pela fresta da cortina, sendo a única luz naquele quarto solitário e escuro.
Medo de andar pelas ruas vendo todos apreciando os frutos que conseguiram colher, enquanto se reflete que se foi fraco demais para semear o próprio futuro.
O que é um fantasma?Eu sou um fantasma.Você é um fantasma, que me aterroriza.O passado é um fantasma.E o futuro é um fantasma mais assustador ainda porque você, fantasma, não estará nele.O presente é um fantasma com qual tenho que conviver.Um monstro no armário, que bate, faz barulho, incomoda, mas tem de se aguentar.
Para onde foram os sonhos que costumavam ficar aqui?Falling into pieces.
Quebrados?Reduzidos a meros cacos?É permitido sonhar?Ou esse é um privilégio dos fortes?Ou um passatempo dos fracos, que apenas sonham, mas não vivem?Uma ilusão?Isso é Illusia.Deve ser apenas uma ilusão.Quando eu voltar da viagem, haverá chão.Haverá coragem.Serei forte.Serei?
Ilusão.Minha ilusão.Eu não permito que haja essa corrida contra as horas na minha ilusão.
Lá eu tenho uma vida.Lá, eu plantei um futuro e o vivo agora.Mas é apenas minha ilusão.Como um sonho cinza, preso numa redoma, que está ali pra lembrar que o protagonista dele, poderia ter sido eu.
Em dois momentos ou três, parecia melhorar.Mas era uma miragem.Como se tivesse ficado muito tempo exposto ao sol e se vê aquele oásis que supostamente dará fim a esse tormento, a esse sofrimento.Mas no fundo era apenas uma ilusão.Uma ilusão estúpida que só conseguiu piorar tudo.
Por que não apenas ser normal e tentar sacudir a poeira como qualquer outro teria feito?Chutar o balde, ir em frente, o mundo e o passado - ah o passado - que se danem.
Por algum tempo isso funcionou.Aí virou um relógio de giros infinitos.Uma bomba relógio.Um tic tac constante, agonizante.
Quando vai explodir?A perspectiva de que não vai explodir é o pior.Tomado de uma passividade mórbida.
A negação costumava ser um analgésico eficiente.Do qual fui privada.Falling into pieces.
O medo.Medo de em 10 anos desenhar no vapor da janela mais uma vez e perceber o quão miserável me sentirei por ainda não ter saído da poeira.
Medo de escutar os barulhos da cidade enquanto vejo um raio do sol poente entrar pela fresta da cortina, sendo a única luz naquele quarto solitário e escuro.
Medo de andar pelas ruas vendo todos apreciando os frutos que conseguiram colher, enquanto se reflete que se foi fraco demais para semear o próprio futuro.
O que é um fantasma?Eu sou um fantasma.Você é um fantasma, que me aterroriza.O passado é um fantasma.E o futuro é um fantasma mais assustador ainda porque você, fantasma, não estará nele.O presente é um fantasma com qual tenho que conviver.Um monstro no armário, que bate, faz barulho, incomoda, mas tem de se aguentar.
Para onde foram os sonhos que costumavam ficar aqui?Falling into pieces.
Quebrados?Reduzidos a meros cacos?É permitido sonhar?Ou esse é um privilégio dos fortes?Ou um passatempo dos fracos, que apenas sonham, mas não vivem?Uma ilusão?Isso é Illusia.Deve ser apenas uma ilusão.Quando eu voltar da viagem, haverá chão.Haverá coragem.Serei forte.Serei?
Ilusão.Minha ilusão.Eu não permito que haja essa corrida contra as horas na minha ilusão.
Lá eu tenho uma vida.Lá, eu plantei um futuro e o vivo agora.Mas é apenas minha ilusão.Como um sonho cinza, preso numa redoma, que está ali pra lembrar que o protagonista dele, poderia ter sido eu.
domingo, 12 de outubro de 2008
Fui intimada pela Déia =P
Escrever 7 coisas que rolaram na minha vida:
*há 10 anos
-Brasil perdeu a copa
-Eu estava na terceira série
-Metade dos meus amigos mudaram de escola
-Viajei pra casa de meus tios sozinha pela primeira vez
-Ganhei um Super Nintendo
-Comecei a ler os primeiros livros espíritas
-Um palito de madeira entrou no meu pé em plena noite de natal e tive que ir pro hospital.
*há 5 anos
-Cursei o ultimo ano de ensino fundamental
-Entrei em curso de artes
-parti o coração de alguém
-Comecei a escrever
-Me apaixonei
-Comecei a estudar inglês
-Cheguei pela primeira vez depois das quatro da madrugada em casa.
*há 2 anos
-terminei o ensino médio
-iniciei a construção de um monte de sites
-Passei em dois vestibulares
-comecei a assistir XWP
-a vida me deu uma rasteira grande
-perdi contato com pessoas importantes
-ganhei um afilhado lindo
*há 1 ano
-Entrei na faculdade
-Comecei a dar aulas
-parti o coraçào de outro alguém =/
-passei com mérito no primeiro Cambridge ESOl que fiz
-conheci amigos pra toda vida
-trabalhei
-trabalhei
*Ontem
-Dei aulas
-Assisti "In Dark Places"
-Joguei video game
-Discuti com pessoas
-fiquei na net
-Li
-Escrevi
*Hoje
-fiz um bolo'
-li
-fiquei na net
-joguei video game
-remexi velharias
-achei relíquias
-escutei música
*Amanha
-Dar aula
-Ler
-Estudar
-Dormir
-Assistir XWP
-Limpar pc
-preparar aulas
*Nao vivo sem:
-Família
-Amigos
-Computador
-Internet
-Música
-Filmes
-Livros
*5 programas de tv
-XWP
-CSI
-Coldcase
-Rubygloom
-Jô Soares
-Grey's Anatomy
-...
*5 coisas que me assustam
-Solidão
-Violência
-O futuro
-A ausência do futuro
-A perda dos que amo
-falta de rumo
-monografia
*5 LUgares que quero visitar
-Londres
-Irlanda
-Finlândia
-Salvador
-Rio Grande do sul - no inverno.
-Canadá
-Polônia
*há 10 anos
-Brasil perdeu a copa
-Eu estava na terceira série
-Metade dos meus amigos mudaram de escola
-Viajei pra casa de meus tios sozinha pela primeira vez
-Ganhei um Super Nintendo
-Comecei a ler os primeiros livros espíritas
-Um palito de madeira entrou no meu pé em plena noite de natal e tive que ir pro hospital.
*há 5 anos
-Cursei o ultimo ano de ensino fundamental
-Entrei em curso de artes
-parti o coração de alguém
-Comecei a escrever
-Me apaixonei
-Comecei a estudar inglês
-Cheguei pela primeira vez depois das quatro da madrugada em casa.
*há 2 anos
-terminei o ensino médio
-iniciei a construção de um monte de sites
-Passei em dois vestibulares
-comecei a assistir XWP
-a vida me deu uma rasteira grande
-perdi contato com pessoas importantes
-ganhei um afilhado lindo
*há 1 ano
-Entrei na faculdade
-Comecei a dar aulas
-parti o coraçào de outro alguém =/
-passei com mérito no primeiro Cambridge ESOl que fiz
-conheci amigos pra toda vida
-trabalhei
-trabalhei
*Ontem
-Dei aulas
-Assisti "In Dark Places"
-Joguei video game
-Discuti com pessoas
-fiquei na net
-Li
-Escrevi
*Hoje
-fiz um bolo'
-li
-fiquei na net
-joguei video game
-remexi velharias
-achei relíquias
-escutei música
*Amanha
-Dar aula
-Ler
-Estudar
-Dormir
-Assistir XWP
-Limpar pc
-preparar aulas
*Nao vivo sem:
-Família
-Amigos
-Computador
-Internet
-Música
-Filmes
-Livros
*5 programas de tv
-XWP
-CSI
-Coldcase
-Rubygloom
-Jô Soares
-Grey's Anatomy
-...
*5 coisas que me assustam
-Solidão
-Violência
-O futuro
-A ausência do futuro
-A perda dos que amo
-falta de rumo
-monografia
*5 LUgares que quero visitar
-Londres
-Irlanda
-Finlândia
-Salvador
-Rio Grande do sul - no inverno.
-Canadá
-Polônia
sábado, 11 de outubro de 2008
Real World
Sometimes I feel like a real strange in a stranger world.
I'm always searching for something that never comes...
I miss my teen years.I miss all those friends.I miss the sensation I was loved.
My adolescence was like heaven and hell mixed.I guess everybody's is but they used to say you would be fine when you grew up.Well, I grew up, but it didn't work.Did I miss something?What did I do wrong?
You know, I suffered as hell when I was about 14, 15.I was in a damn routine...painful routine that make me want to scream.Normal people would scream.Normal people would have yelled at their parents and acted like a rebel.But It was not me, I was always the one who choose suffer alone.The world has enough problems, why should I share those mine with the people outside?
I never was a problem child, or a problem teenager.While my friends were fucking up with their lives at 17, I was studying hard as hell.I was working hard.I guess the fact I started kinda work at 13 made me realize that there's no place for rebellion in my life.Then I was like a bomb.Ready to explode, my feelings were mixed, I was confuse, I was a Teenager, and I was alone.I had my friends, of course, but some of them were so childish and some of them just prefered to say I was just a the childish one...even though I felt more mature than they were.Always the same subjects...clothes, boys, make-up, parties, the other girl's clothes, clothes, parties, make-up, boys...and me among them, me, the bomb.The bomb ready to explode.
But now, I miss that routine.I miss that pain.Cause then I knew I was alive.I had some hope it would get better as everybody used to say.It Got better for a while, but then one more time, the damn real world came and pulled my leg, AGAIN.Oh, screw you, real world.I hate the real world.
And I'm still searching for something.
It's strange when I hear songs like "Linger" in the radio or when I come to realize I am a fan from a tv show from 1995, when some of my lil friends were not even born!These moments I think to myself, DAMMIT, I'M OLD!WHY THE YEARS GO SO FAST!!!!
When I was like 10 years now, the 80's used to seem so much time ago.Now I know my students think the same about the 90's, the time I lived my childhood.
Yes, my students.I still can't believe I'm a teacher now.Not the kind of teacher I used to hate when I was at highschool, I'm just an English Teacher.It is a good job, and I'm in the university now.Problably it's a thing that lots of people wish for their lives, a job and a place in a college.I've got it, and guess what, I'm not satisfied.
I think I can get no satisfaction from material things and that's why I have a big feeling of emptiness.The only moment this emptiness disapeared was when I met a person who I could say, really made me feel complete.But a year later, there was I again, alone.
Why is so difficult deal with love?Love is bitch, it really is.It's not sweet, nice, and fluffy like in the fiction.
Why can't I just love one of these people who love me.Who are always trying to get my attention.Why the human being always want what they can't get?
I could be with somebody now.I could be trying to be happy.But no, I just don't feel THE FEELING, for these people.
I guess my heart has been chained.It's been chained for more than two years now.I really tried to set it free.I tried to love new eyes, new smiles, new souls.But it wasn't there.The only soul who completed me once, wasn't there.And then I fell into pieces, because I admitted I was just deluding myself.
I miss the winter afternoons I spent daydreaming about you.I miss your voice saying everything would be alright when my world seemed to crash.I miss your soul entwined with mine...
When did I lose myself?
I'm always searching for something that never comes...
I miss my teen years.I miss all those friends.I miss the sensation I was loved.
My adolescence was like heaven and hell mixed.I guess everybody's is but they used to say you would be fine when you grew up.Well, I grew up, but it didn't work.Did I miss something?What did I do wrong?
You know, I suffered as hell when I was about 14, 15.I was in a damn routine...painful routine that make me want to scream.Normal people would scream.Normal people would have yelled at their parents and acted like a rebel.But It was not me, I was always the one who choose suffer alone.The world has enough problems, why should I share those mine with the people outside?
I never was a problem child, or a problem teenager.While my friends were fucking up with their lives at 17, I was studying hard as hell.I was working hard.I guess the fact I started kinda work at 13 made me realize that there's no place for rebellion in my life.Then I was like a bomb.Ready to explode, my feelings were mixed, I was confuse, I was a Teenager, and I was alone.I had my friends, of course, but some of them were so childish and some of them just prefered to say I was just a the childish one...even though I felt more mature than they were.Always the same subjects...clothes, boys, make-up, parties, the other girl's clothes, clothes, parties, make-up, boys...and me among them, me, the bomb.The bomb ready to explode.
But now, I miss that routine.I miss that pain.Cause then I knew I was alive.I had some hope it would get better as everybody used to say.It Got better for a while, but then one more time, the damn real world came and pulled my leg, AGAIN.Oh, screw you, real world.I hate the real world.
And I'm still searching for something.
It's strange when I hear songs like "Linger" in the radio or when I come to realize I am a fan from a tv show from 1995, when some of my lil friends were not even born!These moments I think to myself, DAMMIT, I'M OLD!WHY THE YEARS GO SO FAST!!!!
When I was like 10 years now, the 80's used to seem so much time ago.Now I know my students think the same about the 90's, the time I lived my childhood.
Yes, my students.I still can't believe I'm a teacher now.Not the kind of teacher I used to hate when I was at highschool, I'm just an English Teacher.It is a good job, and I'm in the university now.Problably it's a thing that lots of people wish for their lives, a job and a place in a college.I've got it, and guess what, I'm not satisfied.
I think I can get no satisfaction from material things and that's why I have a big feeling of emptiness.The only moment this emptiness disapeared was when I met a person who I could say, really made me feel complete.But a year later, there was I again, alone.
Why is so difficult deal with love?Love is bitch, it really is.It's not sweet, nice, and fluffy like in the fiction.
Why can't I just love one of these people who love me.Who are always trying to get my attention.Why the human being always want what they can't get?
I could be with somebody now.I could be trying to be happy.But no, I just don't feel THE FEELING, for these people.
I guess my heart has been chained.It's been chained for more than two years now.I really tried to set it free.I tried to love new eyes, new smiles, new souls.But it wasn't there.The only soul who completed me once, wasn't there.And then I fell into pieces, because I admitted I was just deluding myself.
I miss the winter afternoons I spent daydreaming about you.I miss your voice saying everything would be alright when my world seemed to crash.I miss your soul entwined with mine...
When did I lose myself?
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Alti Reloaded
Por obséquio, vejam isso aqui ,se quiserem saber o que aconteceu depois disso aqui.
"Notei barulhos estranhos no meu quarto e vi a horrorosa.Ela tinha dentes. Era sem duvida Alti,ela foi para em baixo de minha cama e ficou lá por tempos.Fiquei com medo, ela poderia estar desenvolvendo poderes espirituais e realizando rituais de xamã[...]"
Qual será o próximo inseto?Quem será o próximo guerreiro?
"Notei barulhos estranhos no meu quarto e vi a horrorosa.Ela tinha dentes. Era sem duvida Alti,ela foi para em baixo de minha cama e ficou lá por tempos.Fiquei com medo, ela poderia estar desenvolvendo poderes espirituais e realizando rituais de xamã[...]"
Qual será o próximo inseto?Quem será o próximo guerreiro?
Quem dará cabo a trilogia que marcou o mundo entomológico?
Sleepless
She searched for the bright moon, but couldn't reach it.
She searched for the stars but they were too far.
She searched for some meaning, but it wasn't there.
She searched for a heart...but it was empty.
It was snowing.Cold and white flocks were falling on the trees outside, and even tough she could see them, she wasn't looking at them.She was looking into herself.Desesperately trying to find an answer for the major doubt.How things ended up that way?
What has she done wrong?
Where were the mistakes?
Too much care?
Too much protection?
Too much love?
what in the earth was wrong with that?
It's been more than two years now and she still coulnd't be fine.She always wondered if she would ever be fine again.
All her strenght was took away, all the things she stood for were ruined.
She looked for new hearts.She looked for new ideals....she looked for...a new life.But they weren't there.
Maybe that old 'angels metaphor' had some meaning after all.We are each of us angels with only one wing, and we can only fly by embracing one another... But why was her angel so far away?
domingo, 7 de setembro de 2008
Just wandering....
"Wake up....wake up" she said "Open your eyes"
"Where have you been?"
"just wandering"
"it's been a long path"
"yes, it is indeed, but everthing is okay now, isn't it?"
"I guess so"
"Take my hand"
"Why?"
"You have to come with me"
"Where to"
"Anywhere...somewhere far enough from your fears"
"..."
"Trust me.It's been a long path...but..."
"Everything is ok now..."
Will anything be really ok someday?
"Where have you been?"
"just wandering"
"it's been a long path"
"yes, it is indeed, but everthing is okay now, isn't it?"
"I guess so"
"Take my hand"
"Why?"
"You have to come with me"
"Where to"
"Anywhere...somewhere far enough from your fears"
"..."
"Trust me.It's been a long path...but..."
"Everything is ok now..."
Will anything be really ok someday?
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Adventures
Essa coisa de super-heróis nos faz viajar.
Viajar além do surreal nas altas horas.
3:30 da madrugada, computador desligado, eu me arrastando preguiçosamente para baixo do cobertor quando vejo aquele pequeno ser correndinho para perto do armário.
Uma aranha de jardim, aproximadamente do tamanho de um daqueles tazos que costumavam vir em salgadinhos hiper-calóricos.
Ela corre para um ponto escuro onde a luz não chega.Suspiro frustrada.Foram-se os dias em que bastava eu gritar por socorro e meus pais viriam correndo me salvar do monstro horrendo - e além do mais eles deviam estar no décimo sono no horário.Bom, a vida adulta nos tira alguns privilégios.
Me retirei caminhei calmamente até a dispensa de onde tirei uma lata de spray inseticida.Adentrei o guarto me sentindo a própria Xena pronta para enfrentar algum inimigo escabroso.Aliás, após encarar aquela aranha e olhar em cada um de seus oito olhos, tive quase certeza de que ela devia ser a reencarnação da Alti.
Suprimindo o impulso de girar a lata de spray num movimento cinematográfico, me aproximei da bichinha e dei-lhe uma extensa borrifada nas fuças.
Para meu espanto a danada não se abala e sai correndo para o outro lado do quarto.
Temendo perdê-la de vista - o que seria o caos, num quarto hiper-lotado como o meu - me jogo rolando na cama, caindo do outro lado e encarando a pequena aracnídea.
It's time to die baby.
Outra borrifada de spray e pra meu espanto² a mesma não se intimida e vendo-se acuada, parte pra cima de mim (!)
Por que apenas não esmagá-la com um chinelo, vocês devem pensar.
Bom, eu não tinha um chinelo ao alcance e teria o maior nojo de simplesmente acabar com ela desse modo.Havia se tornado uma batalha honrosa apesar de tudo.
Pulando pra cima da cama novamente tentei localizá-la.Corria em direção a um vão entre a parede e o guarda -roupas.
Nãooooo!
Empurrei o criado-mudo bloqueando a passagem e desci para o chão.
Ela parecendo se desesperar, parou no lugar me encarando.
Seus oito olhos contra meus dois.
'Sua hora chegou, Alti' pensei.
Mas no momento em que ia apertar o gatilho, digo, spray a mesma sai em disparada se enfiando do outro lado do quarto perto de uma cômoda de livros.
'Bitch!'.
Tirando as coisas da minha frente fui me aproximando e quando finalmente percebi que a tinha encurralado, quase esvaziei uma lata de spray em cima da desgraçada, me contendo para não soltar um grito de guerra em plena calada da noite.
"Perversa, um instrumento do mal, é isso que você é!"
A aranha permaneceu imóvel por alguns segundos, até que começou a se agitar, dando seus últimos suspiros.
YA!
Obrigada Xena e Gab, sem seus ensinamentos eu não sobreviveria a essa batalha.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Esses devaneios insanos....
Esses devaneios insanos....
Algo estranho tem acontecido com minha mente de uns tempos pra cá.É como se estivesse em hiperatividade, nunca parasse.Como se fosse uma piscina borbulhante cheia de idéias dentro, e algumas vezes nesse fervor todo, essas idéias vêm a tona e começam a se desenvolver tomando um rumo próprio, ou pelo menos, subconsciente para mim.Talvez para que se entenda isso melhor, seja necessário citar que eu sou um pessoa que tem muito apreço pelas palavras, ou melhor, pelo domínio delas, na arte de criar histórias, sejam apenas pensadas ou escritas.Por volta dos 14 anos, desevolvi esse hábito vicioso de criar histórias mentais e dar desenvolvimento a elas, gradativamente.Como num livro, só que sem ser escrito.De fato algumas dessas histórias se tornaram contos ou fanfics passadas para o editor de texto, mas a maioria ou acabava morrendo pouco depois do ápice de seu enredo, ou simplesmente eram meros artifícios para não cair num estado tedioso.E de fato funciona.Hoje posso afirmar com toda certeza, de que meu maior 'brinquedo' é minha mente, pois a qualquer lugar que eu esteja, por mais tediosa que seja a situação, lá estarão as idéias borbulhando numa atividade incessante.
De acordo com a psicologia, esse é um fato comum em crianças, seres imaginativos que criam realidades próprias.Mas a questão é que isso se desenvolveu em mim depois da infância.Há alguns meses atrás, li um livro de Teoria Literária para um seminário da faculdade, que falava sobre Psicologia na Literatura e em tal obra eram citados diversos casos de escritores que tinham essa capacidade imaginativa tão apurada, que chegavam a agir como crianças, acreditando criar uma realidade própria onde suas falhas e fragilidades fossem compensadas.Afinal, o que são as crianças, senão pequenas mestras das palavras então?
A questão é que essa faculdade em minha mente tem atingido uma proporção estranha.Há um ano atrás, eu não tinha lapsos de concentração.Eu conseguia fixar minha atenção em qualquer coisa que fosse necessária, hoje, esses lapsos acontecem, fazendo minha atenção se desfocar do objetivo primário porque essas 'histórias' e 'idéias' agem como se tivessem vida própria, tomando conta do momento.
O mesmo acontece por várias vezes quando me deito para dormir...Minha mente, liberta de qualquer outro foco, viaja livre por essas histórias.E não são simples enredos criados do tipo "Agora aquele personagem poderia ir até lá e fazer isso".Cada uma dessas idéias envolve os próprios personagens, os próprios cenários, e principalmente a interação verbal e física dos atuantes.Até esse ponto, nada de estranho.Poderia acontecer com qualquer pessoa imaginativa.Porém, muitas vezes é como se minha mente se desligasse de todo o resto e esses personagens agissem por vida própria, e em minha cabeça vou criando situações que eu não quis criar.É como se o pensamento simplesmente viesse até ali, e se instalasse, sem necessariamente ter sido criado por mim.Como se o personagem tivesse sentido vontade se "levantar e fazer uma acusação" contra o outro envolvido na história, sem que eu propriamente o 'mandasse' fazer isso.
Exatamente como nos sonhos.Mas a diferença, é que estou muito bem acordada quando isso acontece.Isso não é como esquizofrenia, pois na esquizofrenia a pessoa perde o contato com sua própria realidade, criando um mundo imaginário.Diferente de escritores esquizofrênicos como Balzac, por exemplo, eu não tenho uma perda de contato com MINHA realidade, uma vez que quem vive nesse mundo imaginário são os personagens que crio.Tenho plena consciência de meu mundo.Porém, meu caso se aproxima mais do de Schiller, que dizia que muitas vezes seus personagens se apossavam se suas histórias, lhe dando um outro rumo.
Algo estranho tem acontecido com minha mente de uns tempos pra cá.É como se estivesse em hiperatividade, nunca parasse.Como se fosse uma piscina borbulhante cheia de idéias dentro, e algumas vezes nesse fervor todo, essas idéias vêm a tona e começam a se desenvolver tomando um rumo próprio, ou pelo menos, subconsciente para mim.Talvez para que se entenda isso melhor, seja necessário citar que eu sou um pessoa que tem muito apreço pelas palavras, ou melhor, pelo domínio delas, na arte de criar histórias, sejam apenas pensadas ou escritas.Por volta dos 14 anos, desevolvi esse hábito vicioso de criar histórias mentais e dar desenvolvimento a elas, gradativamente.Como num livro, só que sem ser escrito.De fato algumas dessas histórias se tornaram contos ou fanfics passadas para o editor de texto, mas a maioria ou acabava morrendo pouco depois do ápice de seu enredo, ou simplesmente eram meros artifícios para não cair num estado tedioso.E de fato funciona.Hoje posso afirmar com toda certeza, de que meu maior 'brinquedo' é minha mente, pois a qualquer lugar que eu esteja, por mais tediosa que seja a situação, lá estarão as idéias borbulhando numa atividade incessante.
De acordo com a psicologia, esse é um fato comum em crianças, seres imaginativos que criam realidades próprias.Mas a questão é que isso se desenvolveu em mim depois da infância.Há alguns meses atrás, li um livro de Teoria Literária para um seminário da faculdade, que falava sobre Psicologia na Literatura e em tal obra eram citados diversos casos de escritores que tinham essa capacidade imaginativa tão apurada, que chegavam a agir como crianças, acreditando criar uma realidade própria onde suas falhas e fragilidades fossem compensadas.Afinal, o que são as crianças, senão pequenas mestras das palavras então?
A questão é que essa faculdade em minha mente tem atingido uma proporção estranha.Há um ano atrás, eu não tinha lapsos de concentração.Eu conseguia fixar minha atenção em qualquer coisa que fosse necessária, hoje, esses lapsos acontecem, fazendo minha atenção se desfocar do objetivo primário porque essas 'histórias' e 'idéias' agem como se tivessem vida própria, tomando conta do momento.
O mesmo acontece por várias vezes quando me deito para dormir...Minha mente, liberta de qualquer outro foco, viaja livre por essas histórias.E não são simples enredos criados do tipo "Agora aquele personagem poderia ir até lá e fazer isso".Cada uma dessas idéias envolve os próprios personagens, os próprios cenários, e principalmente a interação verbal e física dos atuantes.Até esse ponto, nada de estranho.Poderia acontecer com qualquer pessoa imaginativa.Porém, muitas vezes é como se minha mente se desligasse de todo o resto e esses personagens agissem por vida própria, e em minha cabeça vou criando situações que eu não quis criar.É como se o pensamento simplesmente viesse até ali, e se instalasse, sem necessariamente ter sido criado por mim.Como se o personagem tivesse sentido vontade se "levantar e fazer uma acusação" contra o outro envolvido na história, sem que eu propriamente o 'mandasse' fazer isso.
Exatamente como nos sonhos.Mas a diferença, é que estou muito bem acordada quando isso acontece.Isso não é como esquizofrenia, pois na esquizofrenia a pessoa perde o contato com sua própria realidade, criando um mundo imaginário.Diferente de escritores esquizofrênicos como Balzac, por exemplo, eu não tenho uma perda de contato com MINHA realidade, uma vez que quem vive nesse mundo imaginário são os personagens que crio.Tenho plena consciência de meu mundo.Porém, meu caso se aproxima mais do de Schiller, que dizia que muitas vezes seus personagens se apossavam se suas histórias, lhe dando um outro rumo.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Devaneios Oníricos
A cenário sob uma ótica obscura somada de um desespero crescente era o que atormentava aquele ser.Uma longa estrada rústica, com pedras e alguma vegetação nas beiradas, e a entrada para um pequeno vilarejo de aparência medieval.Elementos camponeses, ferramentas de plantação, poços de pedra, pequenas cabanas rudimentares espalhadas aleatoriamente que pareciam esconder a história de seus moradores.Ruelas entrecortando a pequena vilinha, ligando uma casa à outra, cujo suporte é apenas um chão de pedras e terra batida.Um estábulo.Algumas construções maiores, de pedra, com portões de aço e pontudas lanças.Todo cenário visto de forma não clara, por aqueles olhos obscurecidos.Tornava-se uma agonia.Por mais que tentasse visualizar tais imagens de maneira clara, via tudo desfocadamente, como se seus olhos, sensíveis, tivessem sido afetados pelo sol que brilhara algumas horas antes.
Um vulto negro.Alguém correndo por aquelas pequenas vielas, chamara sua atenção, e de algum modo, intimamente dentro de si, ela sabia que tinha que encontrar aquela pessoa, como se uma força, maior do que sua vontade ou do que si mesma, lhe impulsionasse a tal tarefa.Pôs-se a correr quase cegamente pelas vielas daquele cenário camponês-medieval, sem a certeza exata de para onde estaria indo, mas apenas com uma força inexplicável que lhe dizia que era necessário encontrar aquela pessoa.O vulto lhe fugia, escondia-se atrás de montes de feno, tomava atalhos e escapava novamente.E quando finalmente seus olhos obscurecidos conseguiram alcançar tal figura, tamanho foi seu desespero, porque tudo o que via era um borrão...Correndo para longe de si.
Ainda seguindo a misteriosa figura desconhecida, impossível de se definir, tomada por desespero crescente pela sua visão débil, saiu para a estrada principal, tomando o rumo do ser de identidade ignorada que lhe evitava.Em passos apressados, pôs-se a descer a estrada, e de acordo com que o fazia, gradativamente sua visão ia clareando, e sua expectativa pela perspectiva de finalmente identificar o rosto daquele vulto fujão crescendo.
Um abismo.Um rio.Uma ponte de madeira velha.Quebrada.O desespero, por perceber que de algum modo, o objeto de sua caçada havia atravessado e lhe deixado para trás, inquirindo-se sobre a identidade daquele ser desconhecido que viria a lhe atormentar todas as noites até que conseguisse desvendar seus mistérios oníricos.
Every night...every day...every year...for a long, long time..
Um vulto negro.Alguém correndo por aquelas pequenas vielas, chamara sua atenção, e de algum modo, intimamente dentro de si, ela sabia que tinha que encontrar aquela pessoa, como se uma força, maior do que sua vontade ou do que si mesma, lhe impulsionasse a tal tarefa.Pôs-se a correr quase cegamente pelas vielas daquele cenário camponês-medieval, sem a certeza exata de para onde estaria indo, mas apenas com uma força inexplicável que lhe dizia que era necessário encontrar aquela pessoa.O vulto lhe fugia, escondia-se atrás de montes de feno, tomava atalhos e escapava novamente.E quando finalmente seus olhos obscurecidos conseguiram alcançar tal figura, tamanho foi seu desespero, porque tudo o que via era um borrão...Correndo para longe de si.
Ainda seguindo a misteriosa figura desconhecida, impossível de se definir, tomada por desespero crescente pela sua visão débil, saiu para a estrada principal, tomando o rumo do ser de identidade ignorada que lhe evitava.Em passos apressados, pôs-se a descer a estrada, e de acordo com que o fazia, gradativamente sua visão ia clareando, e sua expectativa pela perspectiva de finalmente identificar o rosto daquele vulto fujão crescendo.
Um abismo.Um rio.Uma ponte de madeira velha.Quebrada.O desespero, por perceber que de algum modo, o objeto de sua caçada havia atravessado e lhe deixado para trás, inquirindo-se sobre a identidade daquele ser desconhecido que viria a lhe atormentar todas as noites até que conseguisse desvendar seus mistérios oníricos.
Every night...every day...every year...for a long, long time..
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