segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Adventures


Essa coisa de super-heróis nos faz viajar.
Viajar além do surreal nas altas horas.

3:30 da madrugada, computador desligado, eu me arrastando preguiçosamente para baixo do cobertor quando vejo aquele pequeno ser correndinho para perto do armário.

Uma aranha de jardim, aproximadamente do tamanho de um daqueles tazos que costumavam vir em salgadinhos hiper-calóricos.

Ela corre para um ponto escuro onde a luz não chega.Suspiro frustrada.Foram-se os dias em que bastava eu gritar por socorro e meus pais viriam correndo me salvar do monstro horrendo - e além do mais eles deviam estar no décimo sono no horário.Bom, a vida adulta nos tira alguns privilégios.

Me retirei caminhei calmamente até a dispensa de onde tirei uma lata de spray inseticida.Adentrei o guarto me sentindo a própria Xena pronta para enfrentar algum inimigo escabroso.Aliás, após encarar aquela aranha e olhar em cada um de seus oito olhos, tive quase certeza de que ela devia ser a reencarnação da Alti.

Suprimindo o impulso de girar a lata de spray num movimento cinematográfico, me aproximei da bichinha e dei-lhe uma extensa borrifada nas fuças.

Para meu espanto a danada não se abala e sai correndo para o outro lado do quarto.

Temendo perdê-la de vista - o que seria o caos, num quarto hiper-lotado como o meu - me jogo rolando na cama, caindo do outro lado e encarando a pequena aracnídea.

It's time to die baby.

Outra borrifada de spray e pra meu espanto² a mesma não se intimida e vendo-se acuada, parte pra cima de mim (!)

Por que apenas não esmagá-la com um chinelo, vocês devem pensar.
Bom, eu não tinha um chinelo ao alcance e teria o maior nojo de simplesmente acabar com ela desse modo.Havia se tornado uma batalha honrosa apesar de tudo.

Pulando pra cima da cama novamente tentei localizá-la.Corria em direção a um vão entre a parede e o guarda -roupas.

Nãooooo!

Empurrei o criado-mudo bloqueando a passagem e desci para o chão.

Ela parecendo se desesperar, parou no lugar me encarando.

Seus oito olhos contra meus dois.

'Sua hora chegou, Alti' pensei.
Mas no momento em que ia apertar o gatilho, digo, spray a mesma sai em disparada se enfiando do outro lado do quarto perto de uma cômoda de livros.

'Bitch!'.
Tirando as coisas da minha frente fui me aproximando e quando finalmente percebi que a tinha encurralado, quase esvaziei uma lata de spray em cima da desgraçada, me contendo para não soltar um grito de guerra em plena calada da noite.

"Perversa, um instrumento do mal, é isso que você é!"

A aranha permaneceu imóvel por alguns segundos, até que começou a se agitar, dando seus últimos suspiros.

YA!

Obrigada Xena e Gab, sem seus ensinamentos eu não sobreviveria a essa batalha.

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