quarta-feira, 2 de abril de 2008

Devaneios Oníricos

A cenário sob uma ótica obscura somada de um desespero crescente era o que atormentava aquele ser.Uma longa estrada rústica, com pedras e alguma vegetação nas beiradas, e a entrada para um pequeno vilarejo de aparência medieval.Elementos camponeses, ferramentas de plantação, poços de pedra, pequenas cabanas rudimentares espalhadas aleatoriamente que pareciam esconder a história de seus moradores.Ruelas entrecortando a pequena vilinha, ligando uma casa à outra, cujo suporte é apenas um chão de pedras e terra batida.Um estábulo.Algumas construções maiores, de pedra, com portões de aço e pontudas lanças.Todo cenário visto de forma não clara, por aqueles olhos obscurecidos.Tornava-se uma agonia.Por mais que tentasse visualizar tais imagens de maneira clara, via tudo desfocadamente, como se seus olhos, sensíveis, tivessem sido afetados pelo sol que brilhara algumas horas antes.
Um vulto negro.Alguém correndo por aquelas pequenas vielas, chamara sua atenção, e de algum modo, intimamente dentro de si, ela sabia que tinha que encontrar aquela pessoa, como se uma força, maior do que sua vontade ou do que si mesma, lhe impulsionasse a tal tarefa.Pôs-se a correr quase cegamente pelas vielas daquele cenário camponês-medieval, sem a certeza exata de para onde estaria indo, mas apenas com uma força inexplicável que lhe dizia que era necessário encontrar aquela pessoa.O vulto lhe fugia, escondia-se atrás de montes de feno, tomava atalhos e escapava novamente.E quando finalmente seus olhos obscurecidos conseguiram alcançar tal figura, tamanho foi seu desespero, porque tudo o que via era um borrão...Correndo para longe de si.
Ainda seguindo a misteriosa figura desconhecida, impossível de se definir, tomada por desespero crescente pela sua visão débil, saiu para a estrada principal, tomando o rumo do ser de identidade ignorada que lhe evitava.Em passos apressados, pôs-se a descer a estrada, e de acordo com que o fazia, gradativamente sua visão ia clareando, e sua expectativa pela perspectiva de finalmente identificar o rosto daquele vulto fujão crescendo.
Um abismo.Um rio.Uma ponte de madeira velha.Quebrada.O desespero, por perceber que de algum modo, o objeto de sua caçada havia atravessado e lhe deixado para trás, inquirindo-se sobre a identidade daquele ser desconhecido que viria a lhe atormentar todas as noites até que conseguisse desvendar seus mistérios oníricos.

Every night...every day...every year...for a long, long time..

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