domingo, 2 de novembro de 2008

Devaneis Oníricos - O retorno.

E de repente ela estava naquele recinto iluminado apenas por archotes posicionados em pilares estratégicos.

Imensas prateleiras rodeavam a sala e todas elas estavam lotadas de livros antigos e empoeirados.No meio, havia uma longa mesa onde várias pessoas das quais ela não via os rostos - todas vestiam capuzes escuros - estavam abancadas, de cabeça baixa murmurando para si mesmas palavras estranhas que ela não identificava.

Ela estava sentada mais ou menos no meio da extensão da mesa e sentia-se receiosa ao perceber tantas pessoas perto de si, que sequer lhe notavam enlevadas em seus murmúrios macabros.

Olhou de repente para sua frente e viu repousando na mesa, um livro de tamanho médio.Sua capa era bege, feita de algum material rústico e no centro, em uma cor escura, havia o macabro desenho de um pentagrama.

Algo lhe dizia para agarrar aquele livro e dar o fora dali, embora não fizesse idéia de onde era a saída, pois menos idéia fazia de como tinha ido parar ali.

Repousou as mãos no livro e no mesmo momento todos pararam seus sussurros e levantaram olhando-lhe.Tudo ficou escuro.

Abriu os olhos devagar e acordou numa sala bastante diferente da anterior.Havia dois bancos grandes, num deles ela encontrava-se sentada ainda segurando o livro, o chão era forrado com um tapete de cor clara e uma mesa branca de mármore ficava ao centro.

Na diagonal da sala havia uma porta que dava acesso ao lado de fora, ela podia notar que estava noite.Levantou-se dirigindo-se a saída, mas quando foi colocar o pé pra fora do degrau recuou imediatamente.

Três seres.Um gato, um pássaro e um coelho.Todos mais negros que a noite e com olhos vermelhos como sangue.Pareciam lhe encarar como uma presa e de algum modo, ela sabia que eles estavam atrás do livro, o qual ela havia deixado pra trás, em cima da mesa de mármore.

O gato avançou em sua direção e ela voltou para dentro do recinto onde estava anteriormente.Pegou um objeto qualquer que estava a seu alcance, para que pudesse repelir o avanço do gato, mas o mesmo parecia decidido e mostrava os dentes ferinamente.Os outros dois animais passaram a avançar também, tentando decididamente entrar naquele lugar.

Só restava desistir.Correu até o banco e segurou o livro novamente.Juntando força o arremessou contra o chão acarpetado e uma nuvem de fumaça levantou.Os animais recuaram e ao empurrar com o pé o objeto volumosos e empoeirado viu percebeu a ausencia da marca do pentagrama da capa.Ela havia passado para o tapete.

Caiu de joelhos e segurou novamente o pesado livro.Era dia lá fora.Os animais tinham ido embora.

Um comentário:

Yannara disse...

Isso ficou muito Edgar Allan Poe.
Tbm tenho sonhos assim as vezes.